O estado da arte da política brasileira

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Há algumas imagens que vi na televisão que jamais consigo esquecer. Uma delas é a do militante chinês barrando o avanço dos tanques em 1989. Outras duas são das discussões parlamentares sobre as alterações na CLT no final de 2001. A primeira é de Paulo Paim rasgando a Constituição (na tentativa de deixar claro do que se tratava o projeto do governo FHC) e, em seguida, atirando-na em um deputado da base governista que o chamou de "moleque" pelo gesto. A outra é do deputado Babá, dias depois e ainda na discussão sobre o projeto, dizendo a Inocêncio de Oliveira (o Eterno - já condenado por trabalho escravo) que este estava de óculos escuros por "vergonha de aparecer diante da TV Câmara em defesa do projeto". Estas imagens não são marcantes em si, mas o que veio as seguiu: no primeiro caso, quiseram processar Paim por falta de decoro (como já se viu, rasgar a Carta Magna e usá-la como arma?); no segundo, uma série de desagravos a Inocêncio que não estava, de fato, com vergonha (isso ele jamais teve), mas com uma conjuntivite (no olho esquerdo, diga-se de passagem - acho que isso ele sempre teve, só consegue enxergar com o direito). O que essas imagens atestam é algo que, acredito, continua atual, e diz respeito à discussão política brasileira e sua repercussão pelos jornais: a total incapacidade (ou melhor, a total falta de disposição) de compreender imagens (ou metáforas) como imagens (ou metáforas). Basta ver o torcer de nariz a cada metáfora futebolística de Lula.
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"Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado
em todas as línguas"

Alexandre Nodari

é doutorando em Teoria Literária (no CPGL/UFSC), sob a orientação de Raúl Antelo; bolsista do CNPq. Desenvolve pesquisa sobre o conceito de censura.
Editor do
SOPRO.

Currículo Lattes







Alguns textos

"a posse contra a propriedade" (dissertação de mestrado)

O pensamento do fim
(Em: O comum e a experiência da linguagem)

O perjúrio absoluto
(Sobre a universalidade da Antropofagia)

"o Brasil é um grilo de seis milhões de quilômetros talhado em Tordesilhas":
notas sobre o Direito Antropofágico

A censura já não precisa mais de si mesma:
entrevista ao jornal literário urtiga!

Grilar o improfanável:
o estado de exceção e a poética antropofágica

"Modernismo obnubilado:
Araripe Jr. precursor da Antropofagia

O que as datilógrafas liam enquanto seus escrivães escreviam
a História da Filha do Rei, de Oswald de Andrade

Um antropófago em Hollywood:
Oswald espectador de Valentino

Bartleby e a paixão da apatia

O que é um bandido?
(Sobre o plebiscito do desarmamento)

A alegria da decepção
(Resenha de A prova dos nove)

...nada é acidental
(Resenha de quando todos os acidentes acontecem)

Entrevista com Raúl Antelo


Work-in-progress

O que é o terror?

A invenção do inimigo:
terrorismo e democracia

Censura, um paradigma

Perjúrio: o seqüestro dos significantes na teoria da ação comunicativa

Para além dos direitos autorais

Arte, política e censura

Censura, arte e política

Catão e Platão:
poetas, filósofos, censores






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