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Mensagem no Di Tella

por Roberto Jacoby

(Panfleto distribuído no Experiências 68, Instituto Di Tella, Buenos Aires, 1968; Tradução de Flávia Cera)

Esta mensagem é dirigida ao reduzido grupo de criadores, simuladores, críticos e promotores, ou seja, aos que estão comprometidos pelo seu talento, sua inteligência, seu interesse econômico ou de prestígio, ou sua estupidez, no que se chama arte de vanguarda.

Aos que metodicamente procuram dar no Di Tella “o banho de cultura”, ao público em geral.

Vanguarda é o movimento de pensamento que nega permanentemente a arte e afirma permanentemente a história. Nesse percurso de afirmação e negação simultânea, a arte e a vida social se confundiram até tornarem-se inseparáveis.
Todos os fenômenos da vida social se converteram em matéria estética: a moda, a indústria e a tecnologia, os meios de comunicação de massas, etc.

“Acabou a contemplação estética porque a estética se dissolve na vida social.”

Acabou também a obra de arte porque a vida e o planeta mesmo começaram a sê-la.

Por isso se espalha por toda parte uma luta necessária, sangrenta e bonita pela criação de um mundo novo. E a vanguarda não pode deixar de afirmar a história, de afirmar a justa, heróica violência dessa luta.

O futuro da arte se liga não a criação de obras, mas sim a definição de novos conceitos de vida; e o artista se converte no propagandista desses conceitos. A “arte” não tem nenhuma importância: é a vida que conta. É a história desses anos que vêm. É a criação da obra coletiva mais gigantesca da história: a conquista da terra, da liberdade pelo homem.


 


é um panfleto político-cultural, publicado pela editora Cultura e Barbárie: http://www.culturaebarbarie.org
De periodicidade quinzenal, está na rede desde janeiro de 2009.
Editores: Alexandre Nodari e Flávia Cera.