Drops

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Champagne pelo Orelhudo
A prisão do orelhudo Daniel Dantas, além de ser motivo de comemoração, revela uma das diferenças cruciais entre a Era FHC I, do Príncipe da Moeda, e a Era FHC II, do Sapo Barbudo: a atuação republicana da Polícia Federal. Os melhores veículos pra se entender este mafioso que fez fortuna com a privataria são o Conversa Afiada do Paulo Henrique Amorim - que se aliaria ao Diabo para derrotar DD, se estivessem no Inferno -, a Carta Capital, e a Terra Magazine, do Bob Fernandes. A grande mídia está toda nas mãos do Orelhudo, como sempre argumentam os veículos supra-citados e Luís Nassif - e como se pode ver no delicioso ranking de nervosismo feito pel'O Biscoito Fino.

Do Light ao Zero
O amigo Leonardo D'Ávila, do Quarentena, escreveu um excelente post, a partir da nova "Lei Seca" pátria, sobre a passagem da sociedade Light à sociedade Zero. Este clima de assepsia, já visível na ostensividade do anti-tabagismo vigente, não é sem relação com o fascismo (vale a pena ler, neste sentido, uma coluna antiga de João Pereira Coutinho na Folha Online sobre as "patrulhas higiênicas, escrito a partir da leitura de The Nazi War on Cancer de Robert Proctor).

Mercado

Carlito Azevedo esteve aqui em Florianópolis duas semanas atrás. Da sua fala, gostaria de destacar a ótima sacada que teve em relação ao "nervosismo" ou o "bom humor" do Mercado: se uma catástrofe acontecesse extinguindo a humanidade e seres alienígenas viessem parar no Planeta, teriam a impressão, lendo nossos jornais, de que éramos governados por um Bebê gigante e superpoderoso, o "Mercado" que, de acordo com o seu humor, poderia acabar com o mundo. O poeta destacou também que, ao lado desta "humanização" do discurso econômico, há uma "economização" do discurso das relações humanas - "estou investindo nesta relação", por exemplo. O "Mercado" teria, assim, dominado todas as esferas humanas, causando uma despolitização nas discussões de todas as searas - na literária, o reflexo disso seria a idéia de que um bom soneto equivale a um bom poema concreto, pelo critério de "qualidade" -, uma espécie de consenso (que, fazendo uma ponte com a idéia da Sociedade Zero, é violentíssima, asséptica, uma forma de censura). E é contra este consenso que se voltaria a atividade editorial de Carlito: a Inimigo Rumor, que completa 10 anos com o seu vigésimo número, seria justamente isso: um pequeno balbucio, um murmúrio (como toda a poesia) contra o consenso.

Indicações
O amigo Victor da Rosa, no seu Notícias de Três Linhas, publica, além de seus ensaios sempre muito bem escritos, posts maravilhosos e muito engraçados, como o Literatura de Morto e Três Aforismos na VAN. Vale a pena ler.

Bares proletários: que post maravilhoso no Flanagens!

Raúl Antelo lançou, no último dia 9, em Buenos AIres, o Crítica Acéfala, pela Grumo. No lançamento, falaram Gonzalo Aguilar e Daniel Link - e o belíssimo texto deste último está reproduzido em versão curta e completa.
 

1 Comentários

Alexandre,
Vemos hoje a expansão da lógica do capitalismo financeiro a todas as esferas do humano. Alguns exemplos:
1. A revista New Yorker trouxe há tempos reportagem sobre o domínio do Power Point sobre a forma de pensar e se comunicar dos executivos, que queriam agora resolver problemas familiares sentando esposa e filhos à mesa e apresentando em Power Point uma agenda propositiva para uma família melhor.
2. Os comentários precisos de Roberto Schwartz sobre a internacionalização de Machado de Assis [texto disponível online] em que ele descreve com perfeição a influência dos modelos corporativos de gerenciamento e marketing no sistema acadêmico americano, exportado e copiado em todo o mundo acriticamente.
3. A indústria farmacêutica e de seguros saúde transforma o sistema de saúde no mundo inteiro com a aplicação das regras da boa governância corporativa, levando milhões de pessoas em consumidores de drogas como o Prozac, que busca ajustar todos os indivíduos que sofrem moléstias mentais a uma vida integrada e produtiva no mais curto prazo e à baixo custo.


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"Direito de ser traduzido, reproduzido e deformado
em todas as línguas"

Alexandre Nodari

é doutorando em Teoria Literária (no CPGL/UFSC), sob a orientação de Raúl Antelo; bolsista do CNPq. Desenvolve pesquisa sobre o conceito de censura.
Editor do
SOPRO.

Currículo Lattes







Alguns textos

"a posse contra a propriedade" (dissertação de mestrado)

O pensamento do fim
(Em: O comum e a experiência da linguagem)

O perjúrio absoluto
(Sobre a universalidade da Antropofagia)

"o Brasil é um grilo de seis milhões de quilômetros talhado em Tordesilhas":
notas sobre o Direito Antropofágico

A censura já não precisa mais de si mesma:
entrevista ao jornal literário urtiga!

Grilar o improfanável:
o estado de exceção e a poética antropofágica

"Modernismo obnubilado:
Araripe Jr. precursor da Antropofagia

O que as datilógrafas liam enquanto seus escrivães escreviam
a História da Filha do Rei, de Oswald de Andrade

Um antropófago em Hollywood:
Oswald espectador de Valentino

Bartleby e a paixão da apatia

O que é um bandido?
(Sobre o plebiscito do desarmamento)

A alegria da decepção
(Resenha de A prova dos nove)

...nada é acidental
(Resenha de quando todos os acidentes acontecem)

Entrevista com Raúl Antelo


Work-in-progress

O que é o terror?

A invenção do inimigo:
terrorismo e democracia

Censura, um paradigma

Perjúrio: o seqüestro dos significantes na teoria da ação comunicativa

Para além dos direitos autorais

Arte, política e censura

Censura, arte e política

Catão e Platão:
poetas, filósofos, censores






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