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“Onde está sua ruptura?”
por Victor da Rosa

Do que trata Divórcio, o novo romance de Ricardo Lísias? Para tentar responder a pergunta, primeiro é preciso passar por duas ou três respostas óbvias. O próprio narrador, em um de seus vários momentos autorreflexivos, diz se tratar de um romance sobre o amor. É uma boa resposta, mas provavelmente incompleta. Não seria nenhum disparate sugerir, por outro lado, que o romance consiste em uma espécie de manifesto contra certos pressupostos do jornalismo, lembrando As ilusões perdidas, de Balzac, mas esta tampouco é uma resposta suficiente. Naturalmente, trata-se também de um livro sobre o divórcio, ou seja, da “separação de cônjuges por meio da dissolução do matrimônio”, mas é o sentido figurado da palavra divórcio que parece ainda mais eficaz para a leitura do romance: separação, desacordo e corte.
Divórcio
de Ricardo Lísias
Rio de Janeiro: Alfaguara, 2013

 


A justiça dos elementos
por Leonardo D'Ávila

Pádua Fernandes, em seu recente livro de poemas intitulado Cálcio, publicado em Lisboa pela Averno em 2012, perfaz um caminho que vai da indignação ao esgotamento. Um deslocamento tão abrupto que já não há tempo para o sarcasmo de seu Cinco Lugares da Fúria (Hedra, 2008) e tampouco há espaço para a rica simbologia de Código Negro, lançado este mês pela editora Cultura e Barbárie. À medida em que se avança em suas páginas, observa-se uma abdicação do corpo que dá lugar ao puro osso, gesto pelo qual beira uma metafísica de quando um soco na boca já não causa qualquer dor.
Cálcio
de Pádua Fernandes
Lisboa: Averno, 2012
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O Logos de Estado
por Alexandre Nodari

Um espectro ronda a universidade – o espectro das Maiúsculas. Do discurso sobre a arte (Cânone, Literatura) àquele sobre a metafísica (Absoluto, Universal), a busca pela forma-Estado do conceito parece obcecar acadêmicos à direita e – mais fortemente – à esquerda. Talvez seja no campo da filosofia política que esse verdadeiro retorno não só apareça mais explicitamente, sendo enunciado sem meias palavras ou floreios, como também revele o seu pano de fundo, seus avatares: comunismo, cristianismo e platonismo (não necessariamente nessa ordem).
The Communist Postscript
de Boris Groys
Londres: Verso, 2009
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Circulando, circulando: mobilidade e trabalho na poesia de Alberto Martins
por Fabio Weintraub

Aceleração paralisante das urbes midializadas, “bunkerização” das elites, guetificação dos pobres, destruição da rua pela autopista... Muitas são as dimensões em jogo nessa complexa combinação entre fluidez e paralisia. Elas determinam uma lógica circulatória bem diversa daquela que nos habituamos a identificar na poesia urbana moderna, a qual ainda dava espaço a encontros fortuitos e à flânerie baudelairiana.
Em trânsito
de Alberto Martins
São Paulo: Companhia das Letras, 2010
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A lebre e a tartaruga
por Victor da Rosa

Las Vueltas de César Aira, de Sandra Contreras,é provavelmente o livro mais decisivo sobre o escritor argentino. Publicado em 2002 pela editora Beatriz Viterbo, mas ainda inédito no Brasil, o livro tem sua origem na tese de doutoramento de Contreras (defendida na Universidade de Buenos Aires um ano antes) e conquistou pelo menos um mérito nestes dez anos de existência: pautar grande parte dos debates em torno da obra de César Aira. Seja como for, o livro faz por onde.
Las vueltas de César Aira
de Sandra Contreras
Rosario: Beatriz Viterbo Editora, 2002
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Derivas da não figuração
por Leonardo D'Ávila

Ao invés de considerar alguns movimentos culturais como o concretismo brasileiro ou a grande produção de periódicos de viés abstracionista na Argentina da década de 40 como eventos isolados, María Amalia García oferece a seu leitor um amplo e rico panorama de uma série de artistas, produções, obras, periódicos e instituições culturais que difundiram na América do Sul uma preponderância da arte não figurativa, o que, na falta de melhor rótulo, seria possível chamar de arte de perfil abstracionista
El arte abstracto:
intercambios culturales entre Argentina y Brasil
de María Amalia García
Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2011
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Julgamento do autor
por Daniel Link

Lidos os julgamentos contra Flaubert (declarado inocente) e Baudelaire (declarado culpado) em seqüência, como propõe a editora Mardulce, conclui-se que Baudelaire não poderia senão ser condenado, precisamente as alegações da promotoria (Ernest Pinard) e, ainda mais, da defesa (Antoine Marie Jules Sénard) a propósito das acusações de “ofensa à moral pública e ofensa à moral religiosa” feitas contra Madame Bovary, o primeiro romance de Gustave Flaubert.
El origen del narrador
Actas completas de los juicios a Flaubert y Baudelaire
Buenos Aires: Mardulce, 2011
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MÃOS AO ALTO: OLHOS ARMADOS
por Vinícius Honsko

Didi-Huberman irá retomar nessa série todo o problema do saber histórico, do como posicionar-se, do como jogar anacronicamente para desmontar, montar e remontar nossas imagens de modo a criar, a partir da visibilidade e da temporalidade, sua legibilidade (fazer delas questão de conhecimento, não de ilusão). Tirar da imaginação sua conotação negativa, sua ligação com a simples ilusão, com a miragem: esse tem sido o trabalho de Didi-Huberman na última década.
Remontages du temps subi
(L’oeil de l’histoire, 2)
de Georges Didi-Huberman
Paris: Editions de Minuit, 2010
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A fabricação do humano (resenha)
por Alexandre Nodari


Resposta aos amigos do SOPRO (resposta do autor)
por Fabián Ludueña Romandini

La comunidad de los espectros. I. Antropotecnia
de Fabián J. Ludueña Romandini
Buenos Aires, Mino y D’Avila editores, 2010
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De como apaziguar demônios:
renascimento, potência e ascese
por Leonardo D’Avila de Oliveira

Indagado pela máxima de Warburg, segundo a qual as divindades pagãs nunca cessaram de estar presentes enquanto demônios cósmicos na cultura européia, de modo que de tempos em tempos essas forças ressurgem, o jovem filósofo argentino Fabián Ludueña procura em seu livro Homo Oeconomicus, tese defendida em 2005 sob a orientação de Roger Chartier, publicado em Buenos Aires em 2006, esclarecer o lugar do florentino Marsilio Ficino como um importantíssimo marco dentro da metafísica ocidental.
Homo oeconomicus
Marsilio Ficino, la teologia y los mistérios paganos
de Fabián J. Ludueña Romandini
Buenos Aires, Mino y D’Avila editores, 2006
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Com Maria e Marcel, à margem
por Eduardo Sterzi

Dando prova da rara coerência interna dessa obra, o novo livro se abre, já em sua introdução (antecipando um tópico que será desenvolvido no primeiro capítulo), com uma citação de outra narrativa, entre ficcional e memorialística, da Semana Trágica: desta vez, trata-se de uma passagem de Koshmar, relato escrito em íidiche por Pinie Wald, operário judeu acusado falsamente de ser o líder de um (fictício: inexistente) Soviete argentino. Este é o ponto de partida eleito por Antelo para seu livro, cujo propósito, declarado liminarmente na mesma introdução, é “ser a reconstrução de um sistema de saber, um conjunto heterogêneo, quando não abertamente miscelâneo, de objetos culturais” (...)
Maria com Marcel
Duchamp nos trópicos
de Raúl Antelo
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010
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“Misturar desejo com história”
por Flávia Cera

Se fosse possível sintetizar em uma expressão o livro Uma Fome, de Leandro Sarmatz, essa que dá título à resenha talvez fosse a mais apropriada. E, o fato de ela estar no conto Barra da Tijuca, manhã do dia 5 de junho, em que “um cara com PhD em estudos culturais” é convidado para escrever o roteiro de um programa especial de natal para a televisão, marca-a como um sintoma do nosso tempo em que academia e televisão quase se confundem, assim como ficção e realidade, passado e presente. Se, por um lado, não temos um reduto que nos garanta qualquer estabilidade, por outro, temos o desafio, não menos estimulante, de não ter fronteiras, de podermos transitar livremente por aqui e por ali.

Uma fome
de Leandro Sarmatz
Rio de Janeiro: Record, 2010
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O esporte ou o espelho do espetáculo
por Victor da Rosa

Le sport et les hommes (traduzido para o espanhol em 2008, por Núria Petit Fontseré, em publicação da Paidós - edição em que se baseia esta resenha), curioso texto sobre exatamente cinco esportes – tourada, automobilismo, ciclismo, hockey e futebol, nesta ordem –, escrito exclusivamente para um documentário de Hubert Aquin, deve ser lido como uma espécie de continuação do projeto crítico já presente em Mitologias

Del deporte y los hombres
de Roland Barthes
Tradução para o espanhol de Núria Petit Fontseré
Buenos Aires: Paidós, 2008
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Do espetáculo sem desculpas

por Flávia Cera

A crueldade das narrações de Veronica Stigger já é conhecida do público desde Gran Cabaret Demenzial e O trágico e outras comédias. Em Os anões, lançado recentemente em uma linda edição da Cosac Naify, não é diferente. Essa crueldade, como ressalta Mario Bellatin na quarta capa, longe de parecer gratuita, parece necessária. Veronica assume o papel da “escritora má” que leva às últimas conseqüências algo que poderia ter passado despercebido.

Os anões
de Veronica Stigger
São Paulo, Cosac Naify, 2010
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Genealogia bastarda de Veronica Stigger
por Alexandre Nodari


Entretanto, como boa bastarda, Verônica Stigger não herdou de Machado a sensação de no way out que reside nele. Ao contrário, aprofundando o efeito de absurdo objetivo dos relatos de Kafka, ela aprofunda também a esperança que existe neles.

Os anões
de Veronica Stigger
São Paulo, Cosac Naify, 2010
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Um réquiem para a escrita?
por Alexandre Nodari

O ocaso da escrita seria o sintoma de um ocaso maior, a decadência de todo um modo de pensar e agir, a decadência da “história” e mesmo da “política”. Pois se, para Flusser, a escrita seria política porque se dirige ao outro, precisa do outro, o código digital, por sua vez, seria despolitizado porque se dirige à máquina, utilizando a forma da “prescrição” (a forma do “se... então”), mas destituído de valores – totalmente funcional (uma norma que se limita a programar uma máquina a fazer algo)

A escrita
Há futuro para a escrita?
de Vilém Flusser
Tradução de Murilo Jardelino da Costa
São Paulo, Annablume (Col. Comunicações), 2010

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Um corpo do tamanho do mundo
por Flávia Cera

Emanuele Coccia, jovem filósofo italiano, vem desenvolvendo, uma leitura fundamental sobre a imagem, que altera radicalmente a compreensão de uma série de pressupostos que perseveraram por muito tempo. Em A vida sensível, publicado pela editora Cultura e Barbárie, Coccia apresenta uma reflexão contundente (que supera, evidentemente, as fronteiras da filosofia e alcança a psicanálise, a antropologia) sobre uma física do sensível e uma antropologia da imagem, deslocando o sensível do psíquico, colocando-o em um fora absoluto e afirmando que o que difere o homem não é a racionalidade, mas uma especial relação com as imagens.

A vida sensível
de Emanuele Coccia
(Tradução de Diego Cervelin)
Desterro, Cultura e Barbárie (Col. PARRHESIA), 2010
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Piratas
por Alexandre Nodari

A compreensão do que está implicado na palavra pirata é uma tarefa urgente e necessária não só pelo seu uso cada vez mais indiscriminado para se referir a quem compartilha dados, informações e arquivos protegidos por direitos autorais, mas também porque ajuda a elucidar o estatuto “jurídico” dos chamados “combatentes ilegais”, excluídos tanto do direito da guerra (e suas inúmeras convenções), quanto do direito penal. É o que demonstra o mais recente livro de Daniel Heller-Roazen.

The Enemy of All
Piracy and the Law of Nations
de Daniel Heller-Roazen
Nova Iorque, Zone Books, 2009
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Um para cem? 99 poemas de Brossa
por Pádua Fernandes

O poeta e historiador Ronald Polito já nos deu, do catalão Joan Brossa (1919-1998), os Poemas Civis, traduzidos com Sérgio Alcides, e Sumário Astral e outros poemas. 99 poemas, com traduções apenas de Polito, e organizado e selecionado por ele e Victor da Rosa, inicia-se com uma breve apresentação escrita pelo segundo organizador que pode ser resumida às frases finais: “90 anos de vida, 10 anos de morte, 99 poemas. É quase magia. São coisas que, afinal, só podemos aprender com Brossa.”

99 Poemas
de Joan Brossa (Tradução de Ronald Polito)
Seleção de Ronald Polito e Victor da Rosa
São Paulo, Annablume (Selo Demônio Negro), 2009
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As assinaturas de uma política que vem
por Vinícius Honesko

Talvez a fama recente e repentina alcançada por Agamben nos últimos tempos aqui no Brasil – principalmente por ocasião da publicação das traduções de seus livros – possa ensejar uma dispensa de apresentações. Porém, não compreendemos sua trajetória intelectual e tampouco sua estratégia de pensamento se não nos ativermos a um detalhe: Agamben não tem como formação primeira a filosofia, mas sim o direito. Ele próprio afirma, em entrevista concedida a Roman Herzog, que depois de ter concluído seus estudos em direito pensou que os havia abandonado para sempre. No entanto, assume que a lógica férrea do direito, sobretudo a do direito romano, é algo que jamais alguém pode abandonar por completo e que, justamente por isso, o acompanha até hoje.

Signatura rerum
Sul metodo
de Giorgio Agamben
Turim, Bollati Boringhieri, 2008
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Ler estrelas
por Alexandre Nodari

Causa espanto o fato de alguns apressados frankfurtianos brasileiros se utilizarem da valoração negativa da indústria cultural para desprezar a priori os produtos da cultura de massas como objetos de análise. Isso não só porque Walter Benjamin, integrante da tradição a que se filiam, via nesses produtos uma função ambivalente (...), mas também – e principalmente – porque mesmo Theodor Adorno, do núcleo “mais duro” do Instituto de Pesquisa Social, considerava essencial a reflexão sobre as miudezas do cotidiano (o que inclui, evidentemente os produtos dos mass media) para compreender o funcionamento do capitalismo tardio.
As estrelas descem à Terra
A coluna de astrologia do Los Angeles Times:
um estudo sobre superstição secundária

de Theodor W. Adorno (Tradução de Pedro Rocha de Oliveira)
São Paulo, UNESP (Col. Adorno), 2008
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O Borges de Bioy Casares
por Paulo da Luz Moreira

Borges é um calhamaço póstumo, de mais de 1600 páginas, de Adolfo Bioy Casares (1914-1999) com todas as entradas dos seus diários em que se menciona o amigo Jorge Luis Borges (1899-1986). Em geral são descrições de inúmeras conversas que marcaram a amizade dos dois escritores argentinos. As menções a Borges começam quando o autor era um jovem de 17 anos e Borges, já com 32, era já um escritor respeitado na Argentina, e terminam cinqüenta e oito anos depois, três após a morte de Borges na Suíça.

Borges
de Adolfo Bioy Casares
Barcelona, Destino, 2006
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O espetáculo da barbárie: fotografia, tortura e lynching
por Sílvia Regina Lorenso Castro

As fotografias tiradas durantes os lynchings mostram não apenas os corpos em chamas, degolados, cortados, mas pessoas fazendo poses, sorrindo e orgulhosas por participarem de um ato que visa mostar aos negros o que pode acontecer se “eles não souberem o seu devido lugar.” Mais assustador ainda é o fato de que muitas dessas fotos foram transformadas em cartões-postais, enviados àqueles que não puderam comparecer ao espetáculo da barbárie.
Whitout Sanctuary
lynching photography in America
de James Allen, Hilton Als, John Lewis e Leon Litwack
Santa Fe, Twin Palm Publishers, 2000
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Milagre e multidão
por Leonardo D'Ávila de Oliveira

A articulação do intelecto em geral fora das relações de trabalho assalariado significa possibilitar a ação em esfera pública não-estatal.

Na recente tradução, feita por Paulo Andrade Lemos, de “Virtuosismo e Revolução” de Paolo Virno - título lançado pela coleção “Política no Império” da editora Civilização Brasileira -, o leitor se depara com um pensamento sobre a relação entre ação política e os meios materiais de produção. Um pensamento que deve muito a Marx sem, no entanto, pretender-se dialético.
Virtuosismo e revolução
a idéia de ‘mundo’ entre a experiência sensível e a esfera pública
de Paolo Virno (Tradução de Paulo Andrade Lemos)
Rio de Janeiro, Civilização Brasileira (Col. Política no Império), 2008
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O precipitar da imaginação
por Leonardo D'Ávila de Oliveira

A tradução do pouco conhecido Tratado da Magia de Giordano Bruno demonstra que
mesmo em um mundo em que houvesse algum paralelo entre as palavras e as coisas,
a linguagem seria inexata e a comunicação impotente. (...) Por mais que o saber não seja pensado separado do mundo, como no binômio sujeito-objeto, existiriam afinidades, semelhanças e simpatias (ou antipatias) que demonstram oposições naturais. Além disso, a linguagem chega a ser diretamente posta à prova quando o pensador avalia a incapacidade das línguas conseguirem passar alguma plenitude de sentido, principalmente se comparadas com as mensagens e enigmas divinos que são obtidos, por exemplo, nos sonhos.

Tratado da Magia
de Giordano Bruno (Introdução, tradução e notas de Rui Tavares)
São Paulo, Martins Editora, 2008
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Um jagunço de posse da eletricidade
por Alexandre Nodari

“La Historia es mera exterioridad de la ficción”. Tal sentença, verdadeiro “objecto gritante” que encontramos em Crítica Acéfala recapitula – no duplo sentido de cumprimento e abolição – o percurso crítico de seu autor, Raúl Antelo. (...) Ou seja, a história – a História universal da infâmia – não pode ser prevista porque ela é exterioridade de uma exterioridade (a ficção). A leitura não prevê porque não há o que ser previsto. Ou melhor, porque a linguagem não serve para prever. A história só se repete como farsa; a literatura, como paródia. Em ambos, nos encontramos diante de um novo gesto humano, de um novo gesto de linguagem. E cada novo gesto re-presenta um recomeço, um nascimento, como diria Hannah Arendt - e uma chance de felicidade
Crítica Acéfala
de Raúl Antelo
Buenos Aires, Editora Grumo (Coleção Materiales), 2008
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é um panfleto político-cultural, publicado pela editora Cultura e Barbárie: http://www.culturaebarbarie.org
De periodicidade quinzenal, está na rede desde janeiro de 2009.
Editores: Alexandre Nodari e Flávia Cera.